domingo, 27 de junho de 2010

A vida é um morango

Todo fim de semestre é assim. Eu preciso falar. Preciso falar que eu estou pouco me fodendo, aliás, muito pouco me fodendo pra essas avaliações imbecis com critérios imbecis com o igualmente imbecil propósito de testar os meus nervos. Não me venha com a chorumela de que estão me preparando para o mercado de trabalho, que é "muitíssimo concorrido", porque não cola mais. O colégio dizia que me preparava para o vestibular, que é "muitíssimo concorrido", e no máximo fez eu me trancar certa vez no guarda-roupa para não ter que ir para a aula. Aí ok, vem o vestibular e com ele um pingo de esperança de que ele é o portal para o mundo onde eu vou aprender a fazer aquilo que eu realmente gosto de fazer (física de cu é rola!), mas aí você cruza o portal e vê os mesmos moldes da porcaria daquele colégio escroto que só queria que você o frequentasse quieto. Os mesmos trabalhos idiotas! Os mesmos rompantes dos professores! A mesma burocracia! E sem a merenda de graça no intervalo. Tudo isso porque é preciso nos prepararmos para o concorridíssimo mercado de trabalho? UMA PINÓIA! O mercado de trabalho é tão coitado quanto o vestibular que a galera marca a letra "a" em toda a prova e passa. Essas merdas de instituições são paratequetos para a gurizada que ainda pensa que a vida é um morango. Mas eu juro que a vida é um morangão coberto com chocolate e chantilly, ou pelo menos tão maravilhosa quanto, para que eu a entregue para um professor presunçoso que está, assim como eu, pouco se fodendo para tudo isso. Eu realmente gostaria de não valorizar tanto cada célula do meu corpo, eu gostaria de esquecer que a vida, na verdade, não quer que eu me foda e, assim, passar grande parte dela cumprindo tarefas que tirassem o meu sono, a minha paz. Mas eu não consigo. Estou aqui enrolada no edredon com o meu morango, não fazendo a resenha, não fazendo a parte escrita do trabalho tal, não lendo o capítulo de não sei qual livro...

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Às vezes não importa o tamanho do esforço.
O tamanho da dor e da vontade, o volume de lágrimas, quanto tempo foi gasto, quanto dinheiro foi desenbolsado, quantos encontros e desencontros, quanta energia positiva. Às vezes não importa o tamanho da torcida, nem o quanto ela grite: o time perde.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Eu já conhecia o significado da palavra energia, inclusive a proferia com frenquencia, mas sem dúvida só pude realmente compreendê-la quando resolvi estancar o Sol, que vinha da janela do banheiro, com uma toalha casualmente laranja. Visualmente o efeito já é bastante encantador (vide foto), mas posso afirmar que a sensação de estar ali dentro agrada muito mais do que os olhos.



fio da chapinha

Eu poderia continuar divagando sobre isso, mas aconselho fazer a experiência pra não ter que ficar lendo uma ladainha que provavelmente não vai fazer muito sentido. Então agora pra finalizá issaqui, deixo um registro da produção de hoje, inspirada nas vilãs da Disney:


(e pensar que eu costumava me maquiar assim... sempre.)

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

A pureza tá me denegrindo. A inocência tá me maculando. Toda essa diafaneidade me obscurece. Só a sujeira num estado crítico de putrefação pode me santificar. Eu preciso da vulgaridade, do podre e da infâmia. Eu preciso ter o sentimento mais vil, o pensamento mais profano e procurar pelos prazeres mais repugnantes. A ingenuidade, traiçoeira e dissimulada, tá sempre tentando me distrair e sufocar, quer que eu esqueça de quem eu realmente sou. Mas eu não vou me entregar, eu não posso ignorar a teia de instintos da qual eu nunca vou me desprender. Eu não posso deixar que convertam os meus impulsos em sorrisos.

domingo, 27 de dezembro de 2009

Mais um fim de ano chinelão, mas não necessariamente ruim. Faltou luz (o que nos obrigou a jantar a luz de velas, mas sem o glamour), faltou água, faltou compostura e sobraram graus Celsius. Realmente foram muitos.



O que me consolou foi a gloriosa trufa de café que resistiu alguns minutos à cruel temperatura ambiente pra ser fotografada:




É natural comparar o Natal do ano em que estamos com o do anterior e pensar "tudo a mesma merda", mesmo que não seja bem assim. Mas confesso que a única diferença do Natal de 2008 para o desse ano foi a banda que estava estampada na minha camiseta e as cerejas no arroz à Grega (que não fizeram falta em 2008).
Não, eu não vou dizer que "pelo menos a família estava unida e com saúde" ou que "no fim, tudo deu certo e que, de qualquer forma, o Natal é sempre mágico" ou então que "Natal é um dia normal", não concordo com nada disso e não é minha intenção semear a discórdia. Só vim aqui postar as fotos.

sábado, 19 de dezembro de 2009

Meio tardio, mas aqui está o trailer do stop motion que eu produzi pra cadeira de Poéticas Audiovisuais:



O roteiro é simples, a produção é que não foi muito, por incível que pareça. Três dias de trabalho intenso, mas eu confesso que fiquei satisfeita.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Nos poucos bares da minha vida, a primeira cerveja que eu bebo já é a saideira.
Nos jantares que eu vou, só eu fico pra sobremesa.
Nos shows que eu vou, só eu aplaudo.
Só eu quero ficar pra mais uma xícara de café.
Só eu tenho energia pra mais uma partida de qualquer coisa.
Só eu quero mergulhar na piscina sem saber a profundidade dela.

Merda.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Tarefa árdua essa de varrer o lixo na cabeça pra tentar encontrar algo esperançosamente digno de ser descrito. A necessidade de um emprego? A paixão súbita pela versão acústica de Paparazzi, da Lady Gaga? O bem que a sibutramina me faz?

O fato é que a relevância das coisas depende de uma série de fatores que me impedem de acreditar que ela exista, na maioria das vezes. Tudo que depende da compreensão alheia me desmotiva. Isso, em suma, nada mais é que o medo de errar, que nada mais é que insegurança. Sempre ela, a única firme na história. Pelo menos na minha.

terça-feira, 15 de setembro de 2009





Deixar pra lá.

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Ontem, enquanto fracassava penosamente ao tentar dormir, cheguei a uma conclusão, simples e óbvia, mas que respondeu a muitas perguntas:

Se eu fosse viver por qualquer outro amor que não o da minha família (leia-se pai, mãe e irmã), eu já teria morrido. É impressionante a singularidade dessa relação; pra mim, é a única que existe e sobrevive todos os dias, sem que eu aspire por isso, sem que eu perca o sono, a hora, a compostura, a paz, a esperança. Mas não, isso não me deixa necessariamente feliz. Existem outras pessoas com as quais eu gostaria de estabelecer laços tão fortes quanto os que tenho com a minha família, mas simplesmente não tem como, é impossível, não dá. O pior é que eu não posso culpar ninguém.

http://twitter.com/amandonca
Pois é, não aguentei. Posso, sim, culpar meu professor de Linguagem Hipertextual por isto.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Quem leu o post anterior (quem leu o post anterior?), não entendeu porra alguma ou simplesmente me julgou inconstante. Tá, não importa. Outro layout, outra pauta inútil.
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Enquete: associar-se ou não à porra do twitter? Li em algum lugar não muito confiável que 95% dos adeptos estão lá... e só. É muito improvável que eu faria parte desses que, preguiçosa e compreensivelmente, se inscrevem e dias depois largam tudo às traças, mas a pressão tá grande.
Mentira, isso não é uma enquete. Claro que eu não vou fazer um twitter. É.

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Tá, pro negócio não ficar só na irrelevância, deixo aqui uma ótimo site de... paper toys. http://www.cubeecraft.com
Grande relevância.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Se você achava o antigo template a la Querido diário um tanto quanto gay, é porque não tinha visto esse aqui. Espera, eu posso explicar. Na verdade não existe um argumento pertinente do qual posso fazer uso para me defender diante desses desenhos felizes (salvo o Sol macabro no canto superior esquerdo) com cores...felizes. Mas eu posso, sim, enrolá-lo dizendo que precisava de um layout contrastante com a minha pessoa e com o que é dito aqui, até para que possamos seguir a vital lei de tornar cômico o que é trágico.

E isso não muda a vida de ninguém, como quase tudo dito aqui.

domingo, 26 de julho de 2009

domingo, 19 de julho de 2009

Infelizmente já me acostumei a optar entre o ruim e o menos ruim; ainda tenho dificuldade para distingui-los mas acredito que ela seja eterna enquanto eu durar.

Ouvir promessas que nunca serão cumpridas é ruim, mas nunca ouvi-las (e por isso não ter brechas por onde a imaginação possa passar) pode ser pior.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Art Nouveau

Meramente decorativa, despreocupada, simplesmente bela. Deparei-me acidentalmente com ela, fiquei encantada e resolvi compartilhar algumas imagens que traduzem a Art Nouveau, especialmente na arquitetura. Se quiser saber mais sobre o assunto, pesquisa no Google, camarada.












A melhor:



Art Nouveau na natureza *lágrima*
Agora finja que esse post te acrescentou alguma coisa e que eu o finalizei com um parágrafo que abalou a tua moral.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

"Perdi alguma coisa que me era essencial, e que já não me é
mais. Não me é necessária, assim como se eu tivesse perdido uma
terceira perna que até então me impossibilitava de andar mas que
fazia de mim um tripé estável. Essa terceira perna eu perdi. E
voltei a ser uma pessoa que nunca fui. Voltei a ter o que nunca
tive: apenas as duas pernas. Sei que somente com duas pernas é
que posso caminhar. Mas a ausência inútil da terceira me faz falta
e me assusta, era ela que fazia de mim uma coisa encontrável por
mim mesma, e sem sequer precisar me procurar."

Lispector. Pois é.
Trecho do livro "A paixão segundo G.H", que aliás é o livro que eu seria, se fosse um, segundo esse teste aqui: http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/testes/livro-nacional.shtml

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Divinizar fode a minha vida. Custa atribuir um valor no máximo justo às pessoas? Que mania infeliz de fazer um altar pra qualquer idiota que me dê um motivo pra viver.

Felizes são os que se bastam.

sábado, 30 de maio de 2009

Subjetividade, por favor. É só isso que eu peço.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Perfeito enquanto desconhecido

A incapacidade de observarmos criticamente a nós mesmos é justamente o que nos faz tão autocríticos a ponto de só conseguirmos detectar perfeição em algo alheio às dimensões de nossos corpos.

Basta colocarmos um objeto bem próximo do rosto para verificarmos o quão difícil será enxergá-lo e analisá-lo. O mesmo processo ocorre quando nos enxergamos e nos analisamos: estamos muito próximos de nós mesmos e por isto (e apesar disto) a visão que temos é desfocada, amorfa.

Portanto é óbvio que é muito mais cômodo observarmos o que está ao nosso redor do que o que está em nós, até porque a instantaneidade dos sentidos é sedutora a ponto de por a razão em segundo plano, e é só através dela que se dá o autoconhecimento.

Paradoxalmente à visão turva de nós mesmos, somos os únicos a ter ciência sobre nossas próprias características, uma a uma, mesmo que não de uma forma plenamente consciente. Quanto aos outros, sabemos, enxergamos e analisamos somente o que nos é permitido.

Nesse jogo de translucidez e opacidade, o que nos resta é sermos otimistas e acreditar que só os outros são perfeitos porque ainda não os conhecemos.

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Texto escrito para a cadeira de Leitura e Produção de Textos III. Reciclagem de idéias não é sinônimo de preguiça, mas nesse caso sim.

domingo, 15 de março de 2009

Em primeira pessoa

Atribuir determinada importância a alguém, não importando a intenção, é deveras perigoso se formos contar com que isso significará para ela, mas muito divertido se for simplesmente o que é (assim como tudo na vida).
Eu prefiro não acreditar que seja justamente a repercusão de um valor depositado que nos move a depositá-lo, mas faz sentido se observarmos a avantajada população frustrada porque não foi recompensada pelo que sentiu/pensou/viveu por um período de tempo, justamente porque não fez nada disso por si mesma: fez por outrem, o qual jamais solicitou qualquer sentimento ou pensamento, não pediu qualquer tipo de dedicação ou apego, mas lá estávamos nós, eu a população frustrada, pensando e sentindo em e por quem jamais precisou ou desejou isto. E sabe o que eu odeio mesmo? Quem se ofende profundamente com o desdém de quem foi alvo desses pensamentos e sentimentos não-solicitados; e mais, acreditam que eles foram em vão! Ora, francamente. Ninguém irá sofrer se admitir que pensou e sentiu porque quis, que cativou o próprio afeto, que fez o que fez porque tinha um interesse próprio e que, este mesmo sendo ímpar, manteve-se vivo.
Acredito que o significado que damos a alguém deve independer do significado que este nos deu, e isto implica em pensarmos/sentirmos/agirmos/vivermos independentemente de qualquer um. Isto implica em sermos, para nós, tudo o que temos; implica em sermos simplesmente sinceros.

Não é arrogância, é amor. De mim por mim.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Amanda Mendonça diz (21:45):
bom, a questão é que eu jamais esperaria que ele me pedisse proteção,
Amanda Mendonça diz (21:45):
eu faria qualquer coisa, qualquer coisa que estivesse ao meu alcance pra que ele nunca se sentisse como eu me senti
Amanda Mendonça diz (21:46):
acontece que eu realmente não consigo querer/pedir nada em troca,
Amanda Mendonça diz (21:48):
ele não precisa fazer nada pra que eu zele por ele

Breguíssimo.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Há quem obedeça a si mesmo manifestando o contrário do que pensa, esta pode ser uma maneira simples de encontrar o tão sonhado equilíbrio (ou o desespero). Um pensamento e uma expressão extremos caminhando em direções opostas e se encontrando no meio do caminho (ou se dissipando e perdendo o sentido).

Complementos que indicam a variabilidade das idéias são sempre cruéis.

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Desperta, aflige, dói e cura.
E se oscila, instiga.
De longe, pranto.
Em mim, riso.

Até aí, tudo bem.

terça-feira, 28 de outubro de 2008


Tudo bem, reciprocidade. Eu desisto.
O legal é que tal desistência não é sinônimo de tristeza, pelo contrário. Enquanto desisto de equiparar os meus com os pensamentos/sentimentos dos outros, sublima toda e qualquer ansiedade ou expectativa que quando presentes obscurecem e aniquilam o indivíduo que cede a elas.
Com o tempo descobre-se que nem sempre é a semelhança e cumplicidade que de fato une ou que devemos ser devidamente recompensados pelo que sentimos por alguém, afinal o que importa não é o motivo pelo qual sentimos, o quanto nos custará tal sensação muito menos as consequências dela.
Sinta, simplesmente. E permita que a sintonia ocorra somente se ela de fato existir.

É.

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

white laces and promises

O medo da mudança é tão catastrófico quanto ela mesma. Corrói o indivíduo até que este decide então trocar o medo por sinceridade. Sim, somos sinceros quando permitimos que algo mude: tememos, mas é pelas transformações que vivemos.

[O corpo da mãe, a relação entre ela e o filho, o corpo do filho, a relação dele com o mundo]

Se vivo foi porque algo/alguém transformou-se de alguma forma, e tornar este ciclo sacrificante por medo de que ele mude é no mínimo insano. Mudemos, pois. Mudemos nossa relação com alguém. Mudemos nossos sentimentos.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

ctrl + 3

É claro que é bonito, mas é sujo ao mesmo tempo. Te faz escrever "sou um animal" na própria testa, e logo abaixo um "ainda assim, feliz". Feliz sem motivo algum, diga-se; afinal a beleza suja emana incerteza, cospe aflição e anda sempre vestida de medo.

O que eu faço?
Só observo.
E me sinto um animal feliz.

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

ASCO

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Olha, sei lá.

Meus pensamentos e, consequentemente, meu vocabulário andam a cada dia mais rasos e compreensíveis, pejorativamente falando. Simplicidade nunca foi um objetivo o qual persegui, mas ultimamente tenho pensado, feito e sentido de uma maneira, digamos, humilde, escassa, previsível, humana.

Pois é.

domingo, 21 de setembro de 2008

NÃO QUERO SABER.

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Viver é acumular

A imediaticidade humana é algo revoltante.
Nada é eterno só enquanto dura.
Nada nos faz feliz só durante um determinado período de tempo.

O sempre é o nosso eterno objetivo, e sim, ele existe.
Uma vez sentido, dito ou ocorrido, o sentimento, a palavra ou o fato nunca deixará de ter sido o que foi e para sempre será o motivo de termos chorado, amado, errado ou sofrido. Então basta da dor que o esquecimento fajuto de tudo o que vivemos nos causa; paremos de construir arrependimento, de fingirmos termos nos enganado, de apagar o que inevitavelmente jamais será. Não sejamos meramente o lugar por onde passam paixões, angústias, prazer e dor. Sejamos, sim, eternos em tudo o que fizermos, sentirmos e dissermos, porque tudo traz consigo um desejo ardente de ser perpétuo, seja bom ou ruim.
Enfrentar a eternidade obviamente não é a melhor maneira de ignorá-la. É possível conviver bem com ela, basta admití-la, perceber que vivemos enquanto acumulamos tempo, e é dentro dele que estão as palavras, as sensações, o prazer, tudo o que é bom ou ruim, tudo, simplesmente.. e que tudo vira estigma.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Não.

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Santa inconstância.

Às vezes me irrita a felicidade que eu sinto por tão pouco. Não importa se não for palpável, se for efêmero ou se sequer for. Me sinto feliz.

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Everytime the sunsets, I feel I've wasted another day.
I always say tomorrow will be different.

It never will be.

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Anaximandrando

Escrever é esvaziar e eu definitivamente ando vazia o suficiente para exaurir o pouco da força vital que me resta para decodificar isto ou aquilo que eu, insistentemente, possa estar sentindo. Contudo mesmo o vazio pode ser esvaziado, e desta maneira ele deixará de ser um mero vazio e passará a ser um vazio analisado, expressado e transcrito, e pode inclusive ser chamado de "post", "texto" ou "um monte de nada que mesmo sendo um monte, continua nada".
Antes cavar que repor, mas à mim é sempre destinada a mais complexa (não por isto importante ou útil) tarefa.
É possível que eu mesma tenha me coroado a desgraçada a qual me resumo, o que não ameniza tal fato, pelo contrário: evidencia que além da desgraça, há também a culpa, esta da qual constantemente fugimos e defenestramos a fim de deixar vago o espaço que ela ocupa para eventuais necessidades e o ciclo continua. Mas não esqueçamos que tudo isto não passa de nada e o que antes soava melancólico, agora conforta. Nada surpreendente.

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Isso aqui tá uma bosta, esta minha fase obscured é uma bosta e meu pseudo ensaio seminu artístico ficou uma bosta, pois cá estou postando, escrevendo e publicando sobre bostas, de novo. Que bosta.

27 de agosto, my room, my body, my depression:
-now I'm naked, nothing but an animal-




domingo, 17 de agosto de 2008

terça-feira, 12 de agosto de 2008

O que é a morte se não a maneira mais prática, eficaz e sem grandes contra-indicações para transformar dor, sofrimento, qualquer sentimento corrosivo e enfadonho em simplesmente nada?


Há quem diga que usar a morte como elemento apaziguador de amarguras não só gera outras como comprova a tamanha covardia do indivíduo que preferiu sacrificar os, poucos mas existentes, encantos da vida porque não foi capaz de conciliar os ônus que esta, justamente ou não, exige por ser encantadora; mas não há notícia de alguém que tenha morrido e se sentido covarde ou incapaz por isto (ou por qualquer outra razão), ouso dizer que sequer existe alguém morto que seja lembrado desta forma.
A vida é infeliz na sua incerteza, por isto caminha em direção a morte; inúmeros são os caminhos pelos quais ela percorre e a cada nanosegundo um novo começa a ser traçado, enquanto outros vão se extinguindo à medida que cumprem a eterna e, para alguns, cruel função de simplesmente guiar-nos para a única certeza que vem se sustentando a milênios.

Contudo unir o início ao fim não parece uma maneira inteligente de validar um acontecimento. Seja um filme, uma festa ou uma vida, nada faria sentido se não houvessem os percursos, os recheios, os meios, as pontes; nada seria de fato alguma coisa se começasse com o único objetivo de terminar, mesmo que muitas vezes anseie-se mais pelo "quando" ou pelo "por quê" do que pelo "como", mesmo que pareça mais cômodo procurar onde tudo irá acabar do que buscar o modo mais aprazível de não perceber que estamos todos indo para um mesmo lugar e que de lá ninguém costuma voltar.
E se porventura eu voltar, divertir-me-ei salpicando fósforo branco, injetando nitroglicerina e lesionando a 4ª vértebra de todo mundo, dando como desculpa seus possíveis retornos a esta vida que me assusta muito mais do que a minha suposta morte.
Foto: a mesma cara, de quem se sente ridícula tirando foto com timer, e a postura exemplar de sempre.


quarta-feira, 23 de julho de 2008


É pura e simples questão de escolha: prevaleça, ou aceite chegar em segundo lugar, ser o último a ser ouvido, o primeiro a se arrepender, a sofrer, a retroceder. Aja, ou corra o risco de se surpreender com a ação alheia; admita antes que te julguem, grite antes que a tua voz seja sufocada por outra. Aproxima-te, instigue o que queres a se aproximar, ou esteja sujeito a ficar eternamente no mesmo lugar.

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Será?

terça-feira, 8 de julho de 2008

Ser algo nem sempre implica em se sentir como tal; esta não-sensação-de-ser logo transforma-se em alguma outra referente a incapacidade/impotência. Afinal se eu sou, deveria ao menos fazer jus a isto; deveria provar para mim e a quem quisesse, sem grandes dificuldades, visto que a maior delas já foi superada. É fato que parecer exige menos labuta do que ser, e que, mesmo ambos tendo valor quando isolados, quando juntos são imbatíveis. Porém, eu, constantemente embebida em uma solução de azar, descrença e ócio, simplesmente sou e não faço questão de parecer. Digo, não fazia. Tudo o que eu tenho quisto é a verosimilhança entre o que sou e o que aparento, uma perfeita sintonia entre essência e superficialidade, a compatibilidade da minha verdade com as evidências dela. O pior de tudo é que a pessoa que pode me ajudar nunca está disposta, tem sempre uma desculpa para me ignorar, ora tá dormindo, ora tá escrevendo num blog idiota. Por isto deixo aqui meu protesto a este indivíduo repugnante e asqueroso: lamento ter que pôr a minha vida nas tuas mãos e depender de ti para toda e qualquer ação ou pensamento que eu venha a realizar, logo tu, o ser mais irresponsável e conformado que conheço, és a soberana de mim. Eu havia dito que o pior de tudo era a tua indisposição para me ajudar, mas realmente foi um equívoco; o pior de tudo é que eu preciso zelar pelas tuas integridades física e psiquica, compreender as tuas falhas e te amar mais do que qualquer coisa. Não é contigo que eu quero parecer, mas és tu quem sou.

sexta-feira, 4 de julho de 2008

na unha que roí
no cabelo que caiu
no corte que lateja

Se esvai a minha razão.

quinta-feira, 3 de julho de 2008

(?)

Quando se desconfia que o indivíduo tem algo a dizer, e que este algo pode de alguma forma te prejudicar, é melhor nem perguntar. Ambos ficarão constrangidos com suas presenças, um pensando no que tem a dizer e/ou na pouca ou nenhuma abertura do outro para que fale, e o outro tentando pensar em qualquer coisa que não o que o outro supostamente tem a dizer. Das três uma: ou um deles esquece e o outro consequentemente também, ou o que tem a dizer diz e sabe-se lá o que acontece, ou ainda o ouvinte solicita/insiste que o outro fale. Alguma sugestão sobre qual devo escolher (menos a última, por favor)?

domingo, 29 de junho de 2008

Gargalhando frente as oscilações de um âmago incontestavelmente irresoluto. O pior é que devo conviver com ele, constante e, se possível, harmonicamente. Céus, me troco por um punhado de amendoim.

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Eis minha face negra, latente e dolorosa, que aflora freqüentemente no lamaçal dos meus delírios; que projeta-se lânguida e resoluta sobre meu rosto fadigado de suportá-la.
Eu não seria a mesma sem ela.

Eu seria eu mesma.

quinta-feira, 1 de maio de 2008

De nós nada restaria sem as constantes expectativas. Boas ou más, convenientes ou não. Uma boa expectativa é aquela que justamente deixa de querer ser e passa a finalmente ser; uma má expectativa também se enquadraria em tal definição, uma vez que um fato ruim, quando esperado, fica ainda pior quando de fato se consolida. Também há a boa expectativa que se torna má quando não é mais do que é: uma idealização, por vezes uma utopia.
Tudo aquilo que é somente um pensamento, palavra ou devaneio corrói o indivíduo que deseja que tudo isto tenha uma repercusão concreta, algo inteligível, visível e definível. Há uma certa agonia quando verificamos que a maior parte de tudo que queremos são só imagens mentais ou tinta no papel; quando nos falta ação e empenho para solidificar pensamentos.
Oportunidades são, não raras vezes, decisivas para a concretização de nossas idéias, mas esperar por elas se torna algo bastante perigoso.
Para entendermos a dificuldade em toda e qualquer realização que parte de um pensamento, observemos os estados físicos da água: de fato a mudança do estado gasoso para o sólido, e vive-versa, exige muito mais esforço do que qualquer outro, e assim, pela lógica, muito mais trabalhoso será substanciar um pensamento do que aprimorar algo já subtanciado.
Tendo explicado tamanha dificuldade, é compreensível (e fato) que muitos desistam e, no auge de suas covardias, procuram não mais pensar, querer ou idealizar.
São súditos do acaso.
São subordinados pelas circunstâncias.
São espelhos.

Sou eu.

terça-feira, 29 de abril de 2008

Agora, não mais suspiro. Não mais sorrio. Não mais me entrego.
Não me abalo, não me permito, não me surpreendo.
Gastei o que o havia dos meus delírios; sobrepujei no que pude os meus pudores.
Incentivei as poucas fantasias que agora sublimam no céu negro do meu enfado,
e que tão cedo não se solidificarão; tão cedo sequer serão.

quinta-feira, 24 de abril de 2008

Leal café


Jamais me negas o teu aroma
sempre me alegra o teu sabor.

Quando fraco, quando amargo
nunca perderás o primor.

Eu que no deleite das sensações que me possibilitas,
esqueço meus fardos,
enfados,
minhas agonias.

Pô, tentei.

Acaba de chegar o embrulho que diz 'vida', dedicado à mim.
De fato ele chegou muito antes, mas só o abri agora.
Queria eu escolher o que tirar de dentro dele,
Mas tudo está coeso e interligado.
Não harmônico, simplesmente grudado.

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Vital gentileza.

Jamais subestime o poder de um ato aparentemente inócuo para quem realiza, porém decisivo para quem o recebe.

Prenda-se, sim, aos detalhes.

De certa forma, submeta-se, entregue-se, doe parte de sua gentileza a quem estiver disposto a recebê-la.
Abstenha-se de pudores irrelevantes, superestime a confiança que o outro lhe deposita.
Acate seus próprios conselhos, alimente seu próprio ego.

Cative.
ܓ

terça-feira, 8 de abril de 2008


Breu da Alma.

segunda-feira, 7 de abril de 2008

SERVER ERROR 404

Meus esforços não têm sido suficientes.
Minha intenção não está sendo captada.
Minha maneira de abordar parece embaçada, indecifrável.
Minha mensagem chega com ruído ou simplesmente não chega.
Minhas palavras estão corroídas.
Minhas frases são feitas de sopro.

E proferí-las ameaça a chama que a muito custo ateei.



Arruinando minha própria fonte de felicidade instantânea.
Cortando a linha de alegria que tem costurado os meus dias.
E cada passo adiante, são dois que retrocedem.

domingo, 6 de abril de 2008

Esperar é perder.

Esquivas, ligeiras, convidativas ou não, as oportunidades passeiam graciosas e comumente solitárias.
Enquanto estivermos parados, passam velozes e destemidas.
Muitas vezes incovenientes. Outras tantas decisivas. Sempre geniosas. Por vezes sofismam, afligem. Nunca vãs.
Para alguns..apenas vultos.

sábado, 5 de abril de 2008

Eu já disse tudo o que poderia dizer;
Já fiz tudo o que achei conveniente;
Ignorei alguns princípios, adquiri tantos outros;
Tive a criatividade e o sono roubados;
Eu perdi o controle. Ou talvez o tenha em demasia.

sexta-feira, 4 de abril de 2008


Numa Era em que uma mente pensante é ofuscada por um corpo despido.
(a foto, obviamente, não é minha.)

quinta-feira, 3 de abril de 2008


Nunca serão sanadas.
Nunca serão recíprocas.
Nunca serão mais do que são.
Para sempre ilusões.
Para sempre irreais.
Para sempre um pedaço de nada,
migalhas inconcretas,
emanação efêmera,
fagulhas frustradas,
mentiras otimistas,
ogros maquiados,
gasolina refinada,
músculos anabolizados.

Vontades abafadas.

(foto: print screen de foto mal carregada -internet lerda e talecoisa)

quarta-feira, 2 de abril de 2008

(não)Siga!

Não importa o quanto te sinalizem: a comprovação empírica é essencial em toda e qualquer situação.
Se o caminho que siguimos está errado, veremos. E este "veremos" é que vem carregado de dúvidas, frustrações ou sabe-se lá o que reserva este futuro obscuro que me espera.
Não sigo as evidências por orgulho, mas por instinto. Não controlo a necessidade de uma segunda opinião; não que seja de todo ruim, mas a incompreensão de alguns torna tudo intolerável, inconcebível, quase ridículo. Não entendem por que diabos careço de me estrepar para crer que não devo pensar, falar, agir. Realmente observando com certa criticidade, é um tanto estranho, porém não incomum, visto que se fosse diferente, todos fariam e agiriam da maneira que parecesse mais segura e estaria tudo certo.
O gosto pelo incerto e o prazer que ele proporciona são os grandes responsáveis pelas maiores decepções da história; ao menos as minhas são explicadas por estes dois fatores que invertem o "não" em "sim", o "não vá" por "corra!" e eu poderia ficar dias citando as distorções que esta espécie de curiosidade me proporciona.
A vida não seria vida se não fosse comprovada pelos que a possuem; o indivíduo vivo não vai limitar-se a ouvir opiniões alheias aparentemente certas e seguí-las de modo a esquecer de sua própria capacidade de criar situações e inacreditavelmente se dar bem nelas.
Disponha de certa ousadia, mesmo que ela resulte em um constrangimento. Eles não será mais dolorido do que uma oportunidade perdida - experiência própria.

Afáveis amplexos.
(a fotografia, que deixou a desejar, é minha.)



...
As palavras me faltam na tua ausência.

terça-feira, 1 de abril de 2008

Então vá embora.
Saia daqui.

segunda-feira, 31 de março de 2008

Foto minha (e bastante clichê), pra não perder o costume.
E nada condizente com o que pretendo abordar; a falta do amor e de tudo que lembra ele me seria confortante neste presente momento.
Não importa o que eu faça, não importa o quanto eu me desgaste para me manter ou ao menos aparentar um indivíduo racional, frio e calculista.
Internamente estou a ebulir e a questionar a fonte da tamanha energia que ainda me mantém súdita de um afeto jamais possível ou compreensível.
Por que cargas d'água eu não desisto? Eu não me canso? Eu não me conformo?
Talvez porque seja concreto na sua irrealidade; possível na sua platonice; admirável na sua asquerosidade.
Incontestável, resoluto.
Desconheço o me impulsiona, o que me faz ignorar eventuais conseqüências e não cogitar que tudo isso seja vão.
Independo de um objetivo.
Obedeço, apenas, o que as emoções me impoem.
De nada adiantaria se me pedissem para retroceder, para descansar minha mente e corpo fadigados de amar.
Está em mim, está no que eu acredito.
E eu vou me envolver.

Até o fim.





sexta-feira, 28 de março de 2008

Amor multifacetado, alado, vasto.
O que consome inversamente proporcional ao que doa,
aquele que afaga, afasta, submete, vulnerabiliza.
Exige pouco porque é subsistente, independente.
Alimenta-se de sua própria repercusão.
Machuca por ser extenso, profundo;
por ser prioridade em um momento
que deveria ser mero detalhe,
um leve tempero.
Fundamental.
Decisivo.

quinta-feira, 27 de março de 2008

Manhã aprazível, esta que tive hoje.
Mas não vem ao caso.
A foto é mera exposição do meu (futuro) trabalho,
ao qual venho me dedicando integralmente (mentira).

Quando não há criatividade, fala-se da falta dela, propriamente dita, e dos possíveis motivos pelos quais ela se esconde no canto mais escuro da mente, e lá fica até que a cutucamos com os mais diversos recursos.
A minha se oculta toda vez que estou relativamente feliz. Procuro as palavras, as posiciono, dou uma polida e eis que..jogo às favas o bolo fecal que exprimi e transformei em frases soltas e irritantemente alegres.
A felicidade alheia não me incomoda. A minha, sim. Um dos motivos foi discorrido acima, e eu poderia listar mais uns dez para não querer estar feliz. Amodorro as pessoas, não falo coisa com coisa, o olhar freneticamente observa tudo à volta e constata que tudo é lindo e está no lugar que deveria. Há algo mais estúpido que não ver toda a imperfeição que nos cerca? E de quebra perder a criatividade de vista?
Fico instantaneamente triste quando me pego feliz. Que motivos tenho eu para estar feliz? Já não me basta ser? Sim, porque o fardo de ser feliz é quase insuportável, e a prova está na porcentagem bastante pequena que se julga plenamente feliz. Eu tenho a missão de carregar tal fardo, desde que me chamava zigoto. E estive feliz até perceber que isso não me leva a nada além de não conseguir me expressar sem ruídos e que as pessoas não suportam a perfeita simbiose de ser e estar feliz. É demais para a mente humana crer que isto realmente ocorra, ainda mais com uma imbecil que nem dinheiro e sexo tem.
E cá estou eu vivendo uma inesgotável felicidade, enquanto minha criatividade se isola , soliloquiando.




quarta-feira, 26 de março de 2008

OVER.

I dream about, how it's going to end,
Approaching me quickly,
Leaving a life of fear,
I only want my mind to be clear,
People, making fun of me,
For no reason but jealousy,
I fantasise about my death,
I'll kill myself from holding my breath,
My suicidal dream,
Voices telling me what to do,
My suicidal dream,
I'm sure you will get yours too,
Help me, comfort me,
Stop me from feeling what I'm feeling now,
The rope is here,
Now I'll find a use,
I'll kill myself,
I'll put my head in a noose,
My suicidal dream,
Voices telling me what to do,
My suicidal dream,
I'm sure you will get yours too,
Dreamin' about my death, dream,
Suicidal, suicidal, suicidal dream,
I'm suicidal,
Suicidal dream

Suicidal dream - Silverchair

"(..)Perversão.

Ela ainda não havia se permitido.
Eis que então surge uma criatura capaz de dominá-la por completo.
A ponto de fazê-la pensar em seu corpo despido e quente sobre o dela;
a ponto de fazê-la acreditar que estar ao seu lado seria a melhor sensação humana e real que se tem ciência.
Ela já não sabe mais o que fazer. Ela o ama e deseja, insistentemente(..)."


terça-feira, 25 de março de 2008

Decepcionar é sofrer

Ok, a foto péssima. Mas o que vale é a intenção, cacete.

Seria conveniente falar da Lua nesse post, mas não há nada mais que eu possa dizer a não ser que a acho absolutamente fascinante. Aliás, convenhamos, ela nem precisa de muita bajulação.

Prossigo falando sobre meu mal-estar momentâneo. Não, não só por causa do chocolate em demasia que ingeri, mas também devido a um medo latente de decepcionar, de modo geral, em todos os aspectos possíveis e imagináveis.

Decepcionar é algo que fere. Eu ao menos me sinto extremamente incomodada com a idéia de decepcionar a quem amo. Costumeiramente, vivo decepcionada comigo mesma, por isso é irrelevante citar, porque já acho normal.

A possibilidade de desagradar vem embebida em um veneno altamente corrosivo. Vai destruindo, aos poucos, a coragem de arriscar, o aproveitamente de uma ótima oportunidade, uma mudança positiva.

Já devo ter perdido muitas chances enquanto tal veneno me possuía, e certamente perderei outras tantas no decorrer da minha medíocre vida. Mas confesso que isso não me abala de tal forma que me faça ser otimista, que me faça tentar, prosseguir.

A covardia já me veio agregada desde que me chamava 'zigoto' e me multiplicava rumo a este corpo e mente doentios que vos falam. Doentios porque agem descompassadamente; o que um ordena, o outro desobedece ou protela; se contradizem, e, arrisco, se odeiam.

Quão perfeito seria se minha mente fosse capaz de persuadir meu corpo integralmente; ele seria bem mais gostoso, mais ágil e menos flácido, obviamente. Mas eu falo principalmente de ações. Do quanto mais feliz eu seria se meu corpo seguisse à risca o que diz minha mente. Se ele se levantasse de manhã e se sentisse revigorado para o resto do dia; se ele respondesse às minhas ordens de fazer um gesto na hora (in)certa, de ir ao encontro de determinada pessoa e abraçá-la.

Mas portador de excessivo pudor, meu corpo finge que não me escuta e age independentemente do que manda minha mente. E, voltando à questão do medo de não corresponder expectativas, meu corpo têm grande participação nisso, e não só pelo fato de não estar nos padrões estéticos.

Eu listaria mais de 100 verbos os quais nunca me sujeitei; 5000 frases decisivas que, apesar de ter pensado, jamais proferi; outras 100 000 que não deveria ter dito; uns 5 momentos importantes da minha vida os quais optei por desistir, por medo de falhar; umas 200 000 vezes que não soube me expressar; e eu não terei mais chances de voltar atrás e modificar tudo isso.

E por todos os números citados anteriormente, arquiteta-se uma vida decepcionante, que se não vivida, pouca diferença haveria.
E a todas as chances que ainda perderei, meus pêsames.

O pensar que destrói.
O pensar que dói.
É o meu pensar, é a minha sina, meu sofrimento.
O pensar que dissuade, que desentusiasma.
Pensar e desisitir.
Pensar e regredir.
Pensar e perder, aos poucos, tudo o que menos desejo perder.
Disputando o controle comigo mesma.
Frustrando, desencorajando, vulnerabilizando.
É preciso sentir, somente.
É preciso amar.

segunda-feira, 24 de março de 2008

Eu faço tudo errado.

Eu sinto tudo errado.
Eu imagino tudo errado.
Eu aspiro que tudo dê errado.
Eu acredito que tu dê errado.
Eu vejo que tudo está errado.
Eu não estou errada.

Missão: vingar.
(a fotografia é minha.)


"(...)mas havia outras ocasiões - ocasiões de encantamento, de captura por mulheres maiores que a vida, seus seios intumescendo em globos mágicos e poderosos - quando era dominado por uma ânsia irresistível de se fundir com esses corpos, de sugar-lhes os mamilos, de sentir seu calor e umidade. Esse estado de espírito podia ser incontrolável, podia transtornar uma vida inteira(...)"


domingo, 23 de março de 2008

Inexorável intensidade

Quão marasmática seria a vida sem a intensidade.
Por mais que por vezes atrapalhe, ela, audaciosamente, tempera e dá cor aos pensamentos e sentimentos, por mais corriqueiros e frívolos que eles sejam.
Acompanha-me incansavelmente, desde que descobri que sou suficientemente humana para usá-la sem medo.
Não a poupo um só instante, e, pelo contrário, abuso de sua generosidade em simbiose com a crueldade.
Perigosa e inocente. Maximiza o que já está evidente; dá excessiva importância ao pouco, ao irrelevante.
Motivo de desespero e euforia.
A mãe dos paradoxos, a gota que faz transbordar.
Todos os aforismos a teu respeito são absolutamente instáveis; ora vangloriam, ora repudiam. Eis a prova de que és um advento decisivo para comprovar ou arruinar seja lá o que for.
Quanto mais intenso, mais intrigante; seja um grande amor, seja uma vontade aleatória, seja um sofrimento.

Use-a e viva prazerosamente.
Use-a e morra dolorosamente.

Saiba dosá-la, se for capaz.
E depois me ensine.

a M I G o.


Comumente, os ‘começos’ se diferem consideravelmente dos ‘meios’.

Os bebês nascem feios e enrugados, mas com o tempo viram misses, modelos e garotos-propaganda de cosméticos.

As borboletas nascem nojentas e dignas de pena, para logo após exalarem suas belezas incontestáveis.

A manteiga é produzida através de um aglomerado de gordura, mas ela derretendo sobre um pão francês quentinho tem um certo valor.

Logo depois de fotografadas, as imagens não têm muita vida, suas cores são opacas; mas com certos adventos elas viram obras de arte.

As amizades começam tímidas, ou como paixões platônicas e avassaladoras. Mas aos poucos mostram-se suficientemente sólidas para superar quaisquer obstáculos.
É assim a nossa amizade, que surgiu forte e bela por entre as sombras de um sentimento quase doentio e carnal.

Obrigada pelo ombro, pelo chaveiro que faz blim-blom, pelas horas de devaneios ao meu lado, pela risadas (in)convenientes, pelo olhares de reprovação, pela lasanha de brócolis, pelas caminhadas sob o Sol ardente para vê-lo, apenas. Pelas flores do pátio da tua casa, pelos puxões de orelha, pelas segundas-opiniões sempre bem-vindas, pela compreensão, pelas piadas infames e por ter me doado parte do teu sarcasmo.

Nem a morte nos separará. Nos encontraremos no inferno.

quinta-feira, 20 de março de 2008

sister&sister


O amor mais verdadeiro, o mais seguro, o maior.
Aquele que eu posso confiar, que eu posso me permitir amar, que nunca vai acabar.
O amor que não exige, que não maltrata, que acolhe.
Aquele que não sublima, aquele que se doa, que adere, que ambiciona o mais prazeroso futuro.
Igual a esse, nenhum. Nenhum.

quarta-feira, 19 de março de 2008

Bitoca!

Uma bitoca para aqueles que escreveram "LOSER" na minha testa.
Uma bitoca para aqueles que se opuseram à mim quando os precisei.
Uma bitoca para aqueles que me enganaram ou somente quiseram.
Uma bitoca para o Lula, para o Bush, para os assassinos do João Hélio.
Uma bitoca pra quem tem a intenção de ver o sofrimento alheio.
Uma bitoca para todos aqueles que julgam injustamente.
Uma bitoca para aqueles que torcem para que tudo dê errado no fim.
Uma bitoca para os disseminadores de boatos, mentirosos e ignorantes.
Uma bitoca para os homens que escreveram a bíblia e para quem acredita nela.
Uma bitoca para os que provocam lágrimas e depois as secam.
Uma bitoca para os dissimulados, estúpidos e desestimuladores.
Uma bitoca para quem doa a vida a jesus.
Uma bitoca para quem inventou as bombas atômicas.
Uma bitoca para os extremistas, fanáticos, implicantes.
Uma bitoca para você, que leu essa merda.

É o que todos vocês precisam depois de aplicarem seus esforços em vão.


Fotografia &Texto by me.

terça-feira, 18 de março de 2008

OFF.

Facilmente manipulável, grotescamente amável, inutilmente vivendo. Abrigo da dor, da solidão, do sofrimento.
Doa a alma a quem quiser pisoteá-la.
Ignora todos os conselhos que costuma se dar.
Abandona o verdadeiro, o concreto; acolhe ilusões, crê cegamente no irreal.
Cria, descria, destrói.
Acompanha a lenta corrosão do bom que ainda lhe resta.
Assiste ao seu fim letal.
Tolera, expressa, corrompe.
Absorve o próprio veneno; anda descalça sobre o tapete das cinzas ardentes que restaram do que ela acreditava ser a sua vida.
Espera o momento em que será surpreendida.
Agoniza febril em um canto escuro de sua alma multifacetada.
Sente cada parte do corpo como um punhal que a golpeia insistentemente o peito.
Chora pela aparente inexistência da cura da putrafação de seu otimismo.
Vive a simbiose do amor e do ódio intensos.
Narra a insana jornada de seus devaneios no labirinto lamacento e fétido da depressão.

 
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