domingo, 27 de junho de 2010

A vida é um morango

Todo fim de semestre é assim. Eu preciso falar. Preciso falar que eu estou pouco me fodendo, aliás, muito pouco me fodendo pra essas avaliações imbecis com critérios imbecis com o igualmente imbecil propósito de testar os meus nervos. Não me venha com a chorumela de que estão me preparando para o mercado de trabalho, que é "muitíssimo concorrido", porque não cola mais. O colégio dizia que me preparava para o vestibular, que é "muitíssimo concorrido", e no máximo fez eu me trancar certa vez no guarda-roupa para não ter que ir para a aula. Aí ok, vem o vestibular e com ele um pingo de esperança de que ele é o portal para o mundo onde eu vou aprender a fazer aquilo que eu realmente gosto de fazer (física de cu é rola!), mas aí você cruza o portal e vê os mesmos moldes da porcaria daquele colégio escroto que só queria que você o frequentasse quieto. Os mesmos trabalhos idiotas! Os mesmos rompantes dos professores! A mesma burocracia! E sem a merenda de graça no intervalo. Tudo isso porque é preciso nos prepararmos para o concorridíssimo mercado de trabalho? UMA PINÓIA! O mercado de trabalho é tão coitado quanto o vestibular que a galera marca a letra "a" em toda a prova e passa. Essas merdas de instituições são paratequetos para a gurizada que ainda pensa que a vida é um morango. Mas eu juro que a vida é um morangão coberto com chocolate e chantilly, ou pelo menos tão maravilhosa quanto, para que eu a entregue para um professor presunçoso que está, assim como eu, pouco se fodendo para tudo isso. Eu realmente gostaria de não valorizar tanto cada célula do meu corpo, eu gostaria de esquecer que a vida, na verdade, não quer que eu me foda e, assim, passar grande parte dela cumprindo tarefas que tirassem o meu sono, a minha paz. Mas eu não consigo. Estou aqui enrolada no edredon com o meu morango, não fazendo a resenha, não fazendo a parte escrita do trabalho tal, não lendo o capítulo de não sei qual livro...

 
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